10/04/2012

ADENTRO, CHUVA!





















Desafogar extremos
fluir doces deleites, fantasias
escoar venenos, vendavais
com taças de vinagre e pimenta
da vida bebida, engasgada na alma
derramar livres vertigens

em transe, apalpar sensações
desentranhar suspiros vitais
e gotejar, correr em fio
o que não mais cabe
desse peito berrante pulsante
deixar vazar, embriaguez

com rabiscos dançantes
meus intrínsecos líquidos
jorrados nas grafias
ora tsunamis, raios e trovões
ora luz, rios infindáveis de feitiços
todos, sempre, aguaceiros de mim.

(Flávia Soufer)

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