21/12/2011

O QUE É POESIA? (III)

Foi num curso de poesia,
minha mente veio estralar
coça-coça que saía,
uma palavra em algum lugar.

Conheci gente bonita,
pessoas que o mundo dá,
poetas, poetisas
da arte de versejar...

Pois como disse o professor
Poesia, de guardada já não fica,
pois é só distribuir-se em amor,
versejando a cada esquina.

E agora que me lembro,
da pergunta de outrora,
quando? o que ? e como?
Do que é feita a poesia?

E aqui de novo eu vou,
nestas águas mergulhar,
como quem tenta e, em vão tentou,
seus mistérios destrinchar.

Poesia é tudo o que se imagina,
e o que se tem mais pra imaginar,
vazio traçado no nada,
que do nada se faz criar.

Poesia, transita em minhas veias
faz meu cérebro oxigenar,
Poesia, puro ar que respiras,
Plenos, pulmões a encontrar!!!

(Daniel Palacios)
O QUE É POESIA? (II)

Como tudo tem um começo
também deve ter um fim
uns vivem comendo grama,
outros tantos comem capim.

Uma quadrinha ligeira,
que o ano vai terminar
ano sai e ano entra,
vamos logo festejar!!!

Já se vai dois mil e onze,
e o doze já vai chegar,
e o disse que me disse,
só se faz por aumentar...

mas deixando isso de lado,
e tudo que tem que se deixar,
para a entrada do ano,
que logo, logo vai entrar...

vamos aqui brindar a ele
e a tudo que tem que se brindar,
quem quiser faça uma prece,
e não se esqueça das promessas...
Aos encontros e partidas
boas vindas demos à
desencontros e cheganças,
Boa sorte desejar!

(Daniel Palacios)
Identidade, força atávica, pedra bruta, fúria intensa. Eu sou um
sonho e não quero ter medo de ser um sonho bom, complicado e
inevitavelmente poético.
(Adalto Fonseca Jr)

19/12/2011

Verso vivo envolto em véu
Vai... Vai viver veredas
Voa virgente ao vão do vento
Viaja... De voz em voz, versejas.
(Eduardo Monga)

17/12/2011

"São Paulo,
Mandibula de concreto

Afasta de mim este teu caminho
                                              [reto."
(Eduardo Monga)
"O peito alerta:
mais um dia frio

Solidão boa não quer pressa
É só mais uma angústia
                                      [no cio."
(Eduardo Monga)

16/12/2011

FOME

Antes de hoje...ontem,
Algo ficava distante.
No vácuo, fiquei também...
Como alguém que caminha errante.
Pela estrada que já passei,
Agora passo novamente,
Só para contigo ter,
Em meu corpo, entre meus dentes.

(Daniel Palacios)
BOA VIAGEM

De Sol em Sol à pino o dia se faz claro,
Atrás dos montes com uma pá,
Ele cava sua cova,
E se põe atroz como raíz em sua semente,
Que nasce e morre como a gente.
Mas não se engane...
Não é que Ele seja mau....
É que, por ser,o ser humano raso e mesquinho,
É lá, no âmago de sua verdade
Que Ele diz...
Adeus, adeus...
Boa viagem!

(Daniel Palacios)
NARCISO

O meu retrato em oceano vejo,
Tal qual pedra em fundo de rio corrente.
Do deserto em que me laço,
Desperto...
E no espelho quebrado,
Em pedaços...
Me acho e me junto em faca,
Que corta minha dor e a separa
Em quantas cartas for,
Estradas de minha alma.

(Daniel Palacios)
O QUE É POESIA?

Piar dos pássaros
E a “porra”, com o perdão da palavra...
Do escapamento dos carros
Que enfumaça meu cérebro vivo,
E percorre meu corpo no ritmo
Mas não é essa fumaça que quero,
E sim, àquela em que meu corpo penetra
E a minha alma liberta.
Bora enfumaçar?

(Daniel Palacios)

15/12/2011

CRIME DE JASMIM

Um tiro de espasmos
entre sedas e perfumes
transes e delírios
entre um poema e outro
alvíssima pele nua, tua...

balsâmico delito, quente
delinquente flor de jasmim
em mim...

escorre uma abrasadora aguardente
na ponta da tua lança

faz criminosa
a tua insistente morada
em meus canais
em cada esquina da minha alma,
tua...

gota a gota, sangro pétalas
teus bêbados jasmins
aqui, assim, ainda em mim
exalando crimes entre meus pés
pés que já foram puro cheiro de dança.


(Flávia Soufer)
Rosas em papel crepom não sobrevivem à liberdade de minhas lágrimas.
(Anderson Carlos)
Regurgito o pesar por amores que não matei.
(Anderson Carlos)
Perceba o mundo com os olhos fechados,
pois os escombros de mim te afetarão a visão.
(Anderson Carlos)
No mar da literatura, o meu barco do pensamento não tem velas, segue a corretenza das formas...
(Eduardo Monga)
AGRIDOCE

Donzela margarida amarela
Florida na multidão paulista
Chapada menina da Lapa
Se sua saia é arrancada na lábia
Ela, uma cosmopolitan donzela
Vira fera em favos de guerra.

(Flávia Soufer)
RIOS DE ROSAS

Vivo pelo risco
arriscando os meus risos
em rios de rosas.

(Flávia Soufer)
NUAS RENDAS

nuances nas nuvens
ela nua como nunca
redemoinho de rendas
nele, ela rendeu-se.

(Flávia Soufer)
não, não mostra.
guarda essa arma.
ela tá carregada.
não, não encosta.
não me assusta assim.
larga de mim.
assim, eu perco o jeito
e o ônibus das 5.
(Sérgio Alves)
Hoje posso sorrir
do choro que te viu partir.
(Eduardo Monga)

14/12/2011

ABAJUR

Com medo do escuro,
acendo meia luz.
Mas quanto desespero.
Têm morcegos em meu abajur.

(Flávia Soufer)
UTOPIA

Faço a revolução com a colher de pau. E com o bicho pegando, e com o fogo estalando e com o caldo queimando, mexo, remexo, tiro e deixo só aquilo que nos convém.

(Rafael Bacciotti)
ENTENDENDO O AMOR

O que foi conjugal gastou, e agora agoniza, e goteja, na sua cadência, a solidão que caracteriza o amor.

(Rafael Bacciotti)
Paulista, milhares de olhos perseguem suas luzes foscas
em você me sinto totalmente homem-maripousa.
(Eduardo Monga)
ELA PIRA

Ela quer respirar,
voar para qualquer lugar
nas asas dessa selva que
é ela.
Ela mergulhada nela
bebe e chora,
chora e bebe
até desaguar numa praia qualquer
para tragar essa fera
na sua alma de vodka.
Ela pira.

(Flávia Soufer)
Trabalha, vai e volta, se irrita e se cansa. Mal se sustenta, pouco se alimenta, e assim continua em pé e não em pó.
(Rafael Bacciotti)
Palhaço posto no deserto.
Verdade calada, muda, alegria que se dissipou e perdeu o som.
(Rafael Bacciotti)
POESIA É

entrar em contato
apalpar sensações
costurar vivências com emoções
desentranhar suspiros vitais.

(Flávia Soufer)
O espelho do velho quarto lhe apresenta o rosto de um desconhecido. Parte para o deserto, onde caminha sem pretensão de respostas, feito uma corrente que se liberta do oceano e passa a ter vida própria, seguindo irracionalmente para outra direção. O laço umbilical que se rompe, de modo que o retrato e a carta não dizem mais nada.  A pedra no caminho se esvai, como o gume da faca que perdeu o fio. A estrada está agora desimpedida.
(Rafael Bacciotti)
Poesia é a transformação do cotidiano em algo mais palatável.
É o abandono de uma rotina invisível.
(Rafael Bacciotti)