29/11/2012


SEGUNDO A FLOR DA MINHA PELE

O que sou de mim
eu nunca quis
ser diferente
do que de mim sou
Em ter-me preto a minha pessoa,
dentes e cabelos
Também e assim é
pelo que se vê
pessoa minha de pés enorme
das vistas vê-lo
e também as chagas
De deixar-se pensar em se deixar
a tempos, corpo, sorte
e modo de viver
no éter da matéria
Do que em mim há
por minha pessoa preta
Assim e também é
por pessoa minha primeira
que por dentro em mim sou
de gente que não se é de ser
de sentir-se gente
Pelo que de preto
cabelos, dentes e pessoa é
De pessoa sem imagem,
Malogro,
e benquista pelas calçadas,
a vagar sonhos, mundos
e buracos de vida
Também e assim é
que de não em vida ser mais
restou-me em existir
do que de mim carrego
por menos que me seja o ser
sou o mesmo que me suporto
De sonho a dor,
em primeira pessoa,
do que de mim sou,
segundo a flor da minha pele
No que eu nunca quis
ser diferente
do que sou de mim.

Eduardo José Nascimento, Recife, 1999.
POEMITO SEM COMPROMISSO

Te amo com a força dos meus nervos
Um coisa trêmula de ser
Um desatino febril
Te amo com tanto medo
que por vezes meu desespero
se aquece sentindo frio

eu mesmo dia desses , SP, que tb pode ser novembro de 2012.

(Eduardo Monga)

26/11/2012

O que você faria se só te restasse um dia ?
Se o mundo fosse acabar.

Amanheceria em risos
brincando em poças d'água.

Despindo -me
das mesmices

Meu amor o que você faria se só te restasse um dia ?
Se o mundo fosse acabar .

Alinhavava os versos
soltos e inacabados

Sem sustos percorreria atalhos
contornando bocas alheias

Meu amor o que faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar.

Meu amor o que faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar.

Esquentaria as palavras
desatando todos os nós
em abraços

Meu amor o que faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar.

Escorreria
em orgasmos múltiplos

E adormeceria impune
com as mãos no colo.


(Eliana de Oliveira Santos)