11/12/2012

ESPERA

Entre uma respiração e outra curvo meu olhar estreito.Limite do amargo , intervalos da ausência.
E nesse áspero das horas ,falta a pele dele para afundar o meu corpo, cadência que sussurrava na pontas dos dedos.
Gosto borrifado nos lençóis, nos isentávamos dos limites e deitávamos as urgências no descomunal do explícito .
Nada restava de sóbrio no fugidio de nossas vontades, nos pelos eriçados e nas mãos que se comprimiam.
Porta fechada.
Dúvidas estáticas na sua demora.Permito a espera que por vezes arde em descompasso.
E no acostumado da memória ,sinto ainda a intimidade repousada, vez em quando me ausento numa tentativa de desprender o caminho de nós dois.

(Eliana de Oliveira Santos)

03/12/2012



















O NADO DA DOR

Sou um conto de dores
com luz de abajur.
Sou uma cascata de choros
sobre um rio de gozos.

Dois remos cansados
em águas febris.
Infindo nado noturno
entre laços naufragados.

No intervalo das gotas
pelos cotovelos sangradas
emudeço...
escorro nua pelo silêncio.

(Poema: Flávia Soufer / Ilustração: Sérgio Dassie Genciauskas)