26/04/2012

FAÇA

Faça poesia
Faça canção
Faça magia
Faça teatro
Faça uma dança
um gesto-emoção.

Faça amor...com força e vontade
mas faça com Amor
e corte e, pulse e sangre...
e, não importa o que saia
será sempre com gosto,
mesmo que seja sem rosto...
mas com o coração.


(Daniel Palacios)
NINFAS, ELFOS E FADAS

Fim de tarde...
um frio que aquece, entorpece
aquele frio de arrepio que chega rasgando
na nuca dos olhos dos homens
e das fadas...
Nuas como nunca...música!!!
Ninfas almas aladas
e elfos.


(Daniel Palacios)

19/04/2012

POEMA DO CHÃO QUE SOU















Há-me um chão
Um chão preso no meu olho
Para por os pés de minhas palavras
... Uma imagem marrom de chão
Um chão marrom de mim mesmo
Negro marrom
Um marrom de mata
Tão chão quanto o vermelho do meu barro infantil
Do meu lixão-brinquedo infantil
Do cheiro adulto de queimadas
E amarelo-chão, às vezes
Quando se resolvia, sem prenúncio
Escorrer da barreira com papelão na bunda
Mania de chão: a brincadeira de sê-lo
O chão de sempre, até que sempre seja
O chão de andar: pedaço do trabalho
O chão, que arado produz
E sai o milho, o feijão
Sai o trigo, nasce flor
O chão fértil, marrom de mim mesmo
De ser chão seu as costas do homem
E que dali pesa os anos
E fica as marcas dos tempos
O chão marrom de mim
A segurar as raízes dos pensamentos
A brotar ideias: Fruto poema
Da mesma cor verde-chão que faz surgir também o açúcar da cana
O milho amarelo de nossos medos
O urucum vermelho de nossa coragem
Um chão de homem de chão
Que faz de si a terra, o barro, a cama
A lama humana de ser onde se pisa
De ser de onde se pisa
De se pisar muitas vezes de onde não se é
Chão nosso de cada dia
Chão humano que somos nós de nossos medos
Um marrom medo nascido na terra fértil
Do chão que muitas vezes não queremos ser
Lembranças de quando fomos plantados no mundo
Para ser tão único com o lugar
Nascido daqui
Aquele menino
Esse cara: Marrom-terra que é isso tudo nele
Vai...
Vai plantar ideias no solo do teu mundo, homem de chão
Que é por onde as pedras deste teu chão choram.

(Eduardo Monga)

10/04/2012

ADENTRO, CHUVA!





















Desafogar extremos
fluir doces deleites, fantasias
escoar venenos, vendavais
com taças de vinagre e pimenta
da vida bebida, engasgada na alma
derramar livres vertigens

em transe, apalpar sensações
desentranhar suspiros vitais
e gotejar, correr em fio
o que não mais cabe
desse peito berrante pulsante
deixar vazar, embriaguez

com rabiscos dançantes
meus intrínsecos líquidos
jorrados nas grafias
ora tsunamis, raios e trovões
ora luz, rios infindáveis de feitiços
todos, sempre, aguaceiros de mim.

(Flávia Soufer)
POESIA BOÊMIA

Uma tarde, um calor
dois copos, dois corpos
uma paixão que arde
uma dor que só o amor consola...

Com sorte fujo da morte,
atravesso paredes
e, através de canções,
chego aos corações.
Chuvas de ácidas águas,
se transformam em monções...

Um corpo que pulsa,
pulsares pulsantes,
cravos e rosas,
canções dos amantes.

A dor que anuncias
e a traz em seus braços,
são mortes morridas,
venceu o cansaço.

E no peito um aperto,
deixando um vazio,
uma terra árida,
que ao ser arada,
traz vento, traz pó
e traduz sentimentos
de dentro da alma,
da alma encarnada,
de escuras moradas,
de mortes matadas
e vidas vividas,
assim...
para o nada.

(Daniel Palacios)

09/04/2012

DESEJO

Desejo...
curar teus lábios
beijar destroços...
colar cada pedaço de tua alma nua, como nunca...
com a língua...
e, percorrer teu corpo...
e a cada leve toque do teu gosto,
na brancura do teu rosto,
e nos teus cabelos negros, me enfeitiçar...
e me esconder diante de ti
no escuro breu de minha alma
que ao despertar diante de seu abismo...
se revelará...
sinistro...
como um bando de emoções no caos
estrelas e paixões perdidas,
naves e naus no espaço
cibernético e cósmico de si-mesmo,
universos de versos esquecidos,
à procura de um encontro...
e o que era luz se faz de sombras
e ao que assombra, ardendo em chamas...Luz!!!


(Daniel Palacios)

05/04/2012

PULSAR

Poesia que pulsa no coração
sentindo no oco da alma um vazio...
e, no corpo das cordas do violão,
dedilhando uma triste canção,
lá está ela...bela donzela...linda....
a Solidão.


(Daniel Palacios)

03/04/2012

ÁRIA

Áridas, paixões caladas
em desertos mudos
de surdas árias de canções.
Quem há de ouvir a minha voz
senão eu mesmo,
a ecoar por entre os cantos,
febril ardendo em prantos
entristecido e melancólico,
em fúria na mais plena e pura
melodia da minha alma,
sedento de luz e de calor?


(Daniel Palacios)