16/01/2012

BORBOLETA NEGRA

Dança fatal
num vôo funesto.
És tu,
borboleta negra.

Que nos assobios do vento
traz os meus assombros e destroços.
Que na austeridade das tuas asas
estampa o meu número: trinta e três.

Entre oceanos e abismos, céus e trevas...
És tu no espelho, bem diante do meu rosto
afrontando o meu medo de expor nos olhos
o meu próprio medo resguardado.

Só não confundo-te com um corvo assassino
porque ainda voas como quem dança
e na ponta dos pés, posaste no meu âmago
diante de todas as minhas raízes imersas.

(Flávia Soufer)

2 comentários:

  1. PARA
    QUEDAS...
    PARA A LUZ
    E
    PARA AS TREVAS...
    RAÍZES
    IMERSAS
    E
    PROFUNDAS!!!

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  2. "..porque ainda voas como quem dança
    e na ponta dos pés, posaste no meu âmago..."

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