RIO DE VERTIGEM
À beira da morte,
nas rajadas das sombras
o meu temor entorpecido
desarma-se agora,
justamente quando ferido,
calado aos gritos.
Sem tempo, nem espaço,
em silêncio eu declaro
os escândalos que exalo.
Lapso do tempo
esquiva-se da vida
mas agoniza com brilho,
algo ainda viceja
- em mim, eu vi -
e assim escorre.
Sangra para renascer,
faz amanhecer a vida
para beber até engasgar.
Ora navegar, ora mergulhar...
Afogar-me nesse rio de vertigem,
em presentes segundos
embriagar-me com o elixir da ventura
e sorrir um descarado deboche
para os perigos de morrer
mais uma vez.
(Flávia Soufer)
"nas rajadas das sombras"
ResponderExcluirouço um assovio distante...
medo, arrepio e calafrio,
qual será a fera que está a me espreitar,
desta vez?